quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Simbolismo no Brasil

Introdução

No início da década de 1890, no Rio de Janeiro, um grupo de jovens, insatisfeitos com a extrema objetividade e materialismo da corrente literária dominante (Realismo, Naturalismo e Parnasianismo), resolve divulgar as novas idéias estéticas vindas da França. Eram conhecidos como os decadentistas. Esse grupo formado, principalmente, por Oscar Rosas, Cruz e Sousa e Emiliano Perneta lança no jornal Folha Popular o primeiro manifesto renovador. Além desse grupo do Rio de Janeiro, outros jovens, no Ceará, fundam uma sociedade literária, dedicada ao culto das excentricidades da nova arte chamada Padaria Espiritual.

O Simbolismo, no Brasil, representa uma das épocas mais importantes de nossa história literária e cultural. Este movimento penetrou em nosso país, por intermédio de Medeiros e Albuquerque, que, desde 1891, recebia livros dos decadentistas franceses. Em 1893, Cruz e Sousa publica Missal e Broquéis, obras que definem a história do Simbolismo brasileiro.

Momento histórico

Entre as últimas décadas do século XIX e princípios do século XX, os simbolistas conviveram num período em que o Brasil procurava conquistar sua maturidade mental e sua autonomia. Mesmo depois da independência de 1822, a Metrópole ainda continuava a exercer a sua ação colonialista. O comércio, as transações bancárias, a imprensa estavam sob o influxo da Metrópole. A primeira tentativa de autonomia deu-se com a Regência (1830-1841), mas só foi com a Proclamação da República que o Brasil separou-se definitivamente de Portugal. Esse fato levou os homens de letras do século XIX a explorar o tema do nacionalismo. A busca de “símbolos que traduzam a nossa vida social”, afirma Araripe Júnior.

O início do movimento simbolista brasileiro é marcado por conflitos no sul do país (1893-1895): A Revolução Federalista, a Revolta da Armada.

Características:

-Vocabulário litúrgico;

-Valorização do branco;

-Sentido vago, indefinido;

-Maiúsculas alegorizantes;

-Musicalidade;

-Ênfase em temas místicos, imaginários e subjetivos;

-Caráter individualista;

-Desconsideração das questões sociais abordadas pelo Realismo e Naturalismo;

-Produção de obras de arte baseadas na intuição, descartando a lógica e a razão;

-Uso da sinestesia, sensação produzida pela interpenetração de órgãos sensoriais;

-Uso de aliterações, repetição de letras ou sílabas na mesma oração;

-Uso de assonâncias, repetição fônica das vogais, tornando os textos poéticos simbolistas profundamente musicais;

-Valorização da metáfora;

-Não descreve-se um objeto, sugere-se a existência dele;

-Uso de um vocabulário bíblico devido à espiritualidade;

-A poesia simbolista expressa o que há de mais profundo no poeta; por isso, ele se vale de adjetivos que despertem emoções vagas, sugestivas, indefinidas.

 -Os versos são musicais, sonoros e expressivos. A poesia é separada da vida social, confunde-se com a música, explora o inconsciente através de símbolos e sugestões e dá preferência ao mundo invisível.

-As palavras vêm ligadas ao tema da morte.

-Fusão da música, pintura e literatura.

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