sábado, 26 de fevereiro de 2011

Pré-Modernismo

Introdução

No início do Século XX, a literatura brasileira atravessa um período de transição. De um lado, ainda era forte a influência das tendências artísticas da segunda metade do século XIX; de outro, já começava a ser preparada a grande renovação modernista, cujo marco no Brasil é a Semana de Arte Moderna (1922). A esse período de transição, que não chega a construir um movimento literário, chamamos Pré-Modernismo.

Essa foi uma fase de uma grande transição que nos deixou grandes obras como: "Canaã" de Graça Aranha; "Os Sertões" de Euclides da Cunha; "Urupês" de Monteiro Lobato; "Triste fim de Policarpo Quaresma" de Lima Barreto; e "Eu" de Augusto dos Anjos.

O que se convencionou em chamar de Pré-Modernismo, no Brasil, não constitui uma escola literária, ou seja, não temos um grupo de autores afinados em torno de um mesmo ideário, seguindo determinadas características.

Momento Histórico

-A Europa se prepara para a Primeira Guerra Mundial.

-No Brasil começa a viver, a partir de 1894, um novo período de sua história republicana: inicia-se a "República do café-com-leite". É a áurea da economia cafeeira no Sudeste; é o movimento de entrada de grandes levas de imigrantes, notadamente os italianos; é o esplendor da Amazônia com o ciclo da borracha; é o surto de urbanização de São Paulo.

-É, também, o tempo de agitações sociais. Do abandono do Nordeste partem os primeiros gritos da revolta. Em fins do século XIX, na Bahia, ocorre a Revolta de Canudos, tema de Os sertões, de Euclides da Cunha; nos primeiros anos do século XX, o Ceará é o palco de conflitos, tendo como figura central o padre Cícero, o famoso "Padim Ciço"; em todo o sertão vive-se o tempo do cangaço, com a figura lendária de Lampião, entre outras.

Essas agitações são sintomas de crise na "República do café-com-leite", que se tornaria mais evidente na década de 1920, servindo de cenário ideal para os questionamentos da Semana da Arte Moderna.

Características

Apesar de o Pré-Modernismo não constituir uma escola literária, apresentando individualidades muito fortes, com estilos às vezes antagônicas - como é o caso, por exemplo, de Euclides da Cunha e Lima Barreto -, podemos perceber alguns pontos em comum entre as principais obras pré-modernistas.

Apesar de alguns conservadorismos, são obras inovadoras, apresentando uma ruptura com o passado, com o academismo; a linguagem de Augusto dos Anjos, ponteadas de palavras "não poéticas" como cuspe, vômito, escarro, vermes, era uma afronta à poesia parnasiana ainda em vigor; a denúncia da realidade brasileira, negando o Brasil literário herdado de Romantismo e Parnasianismo; o Brasil não oficial do sertão nordestino, dos caboclos interioranos, dos subúrbios, é o grande tema do Pré-Modernismo;

-O regionalismo, montando-se um vasto painel brasileiro: o Norte e Nordeste com Euclides da Cunha; o Vale do Paraíba e o interior paulista com Monteiro Lobato; o Espírito do Santo com Graça Aranha; o subúrbio carioca com Lima Barreto;

-Os tipos humanos marginalizados: o sertanejo nordestino, o caipira, os funcionários públicos, os mulatos;

-Uma ligação com fatos políticos, econômicos e sociais contemporâneos, diminuindo a distância entre a realidade e a ficção.

-Denúncia da realidade brasileira: as obras apresentam um Brasil "não-literário", "não-oficial", como o sertão, o interior e o subúrbio.

Principais autores:

Na poesia: Augusto dos Anjos, etc...

Na prosa: Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato, etc...

Fonte: www.coladaweb.com/

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