1º) O H inicial emprega-se:
a) Por força da etimologia: haver, hélice, hera, hoje, hora, homem, humor;
b) Em virtude de adoção convencional: hã?, hem?, hum!
2º) O H inicial suprime-se:
a) Quando, apesar da etimologia, a sua supressão está inteiramente consagrada pelo uso: erva, em vez de herva; e, portanto, ervaçal, ervanário, ervoso (em contraste com herbáceo, herbanário, herboso, formas de origem erudita);
b) Quando, por via de composição, passa a interior e o elemento em que figura se aglutina ao precedente: biebdomadário (hebdomadário); desarmonia (harmonia); desumano (humano); exaurir (haurir); inábil (hábil); lobisomem (homem); reabilitar (habilitar); reaver (haver).
3º) O H inicial mantém-se, no entanto, quando numa palavra composta ou derivada pertence a um elemento que está ligado ao anterior por meio de hífen: anti-higiênico, contra-haste, pré-história, sobre-humano.
4º) O H final emprega-se em interjeições: ah! oh!.
2ª) Do uso do X ou CH
X
1. Escreveremos com -x- as palavras iniciadas por mex-, com exceção de mecha.
Exemplos:
mexilhão
mexer
mexerica
México
mexerico
mexido
2. Escreveremos com -x- as palavras iniciadas por enx-, com exceção das derivadas de vocábulos iniciados por ch- e da palavra enchova.
Exemplos:
enxada
enxerto
enxerido
enxurrada
mas:
cheio = encher, enchente
charco = encharcar
chiqueiro = enchiqueirar
3. Escreveremos -x- após ditongo, com exceção de recauchutar e guache.
Exemplos:
ameixa
deixar
queixa
feixe
peixe
gueixa
Usa-se X :
em vocábulos de origem árabe , tupi e africana :
Exemplo = almoxarife , xadrez , muxoxo , xavante , xingar , etc .
Para , no aportuguesamento , substituir o sh inglês e o j espanhol :
Exemplo = xampu , Hiroxima , lagartixa , etc .
Após a inicial en - , desde que a palavra não seja derivada de outra com ch :
Exemplo = encaixe , engraxar , enxugar , etc . Mas : charco , encharcar , cheio , enchente , enchoçar , etc ) .
Após a inicial me- , exceto mecha e derivados :
Exemplo = mexer , mexicano , feixe , gueixa , trouxa , etc .
Após ditongos :
Exemplo = baixa , baixela , frouxo , gueixa , trouxa , etc .
a) Exemplos de palavras em que se emprega a letra X:
Ameixa, atarraxar, baixela, bexiga, broxa (pincel), caixa, caixeiro, capixaba, coaxar, coxilha, desenxabido, elixir, enfaixar, engraxar, enxada, enxaqueca, enxergar, enxertar, enxerto, enxofre, enxoval, enxugar, enxurrada, esdrúxulo, faixa, faxina, frouxo, graxa, haxixe, Hiroxima, laxante, luxação, luxúria, madeixa, maxixe, mexerica, mexerico, mexilhão, muxoxo, orixá, oxalá, paxá, pixaim, praxe, puxa-puxa, Quixeramobim, relaxar, rixa, rouxinol, taxa (tributo), xá (soberano do Irã), xale, xampu, xará, xavante, xeque (lance de jogo), xereta, xerife, xícara, xilindró, xingar, xis (letra x), xodó, xucro…
Usa-se CH , e não X
Em vocábulos provenientes do latim :
Exemplo = chave, chão, chuva, etc.
Em vocábulos provenientes do francês, italiano e espanhol:
Exemplo = brocha, deboche, chefe, mochila, charlatão, salsicha, etc.
Em vocábulos provenientes do inglês e alemão :
Exemplo = chope, sanduíche, chucrute, etc.
Em vocábulos provenientes do árabe e russo :
Exemplo = azeviche, babucha, bolchevique, etc.
b) Exemplos de palavras em que se emprega o dígrafo CH:
Apetrecho, boliche (ou bolicho), bolchevique, bombacha, brocha (prego), bucha, bucho (estômago de animal), cachaça, cachola, cartucheira, cartucho, chá, chafariz, charco, cheque (ordem de pagamento), chimarrão, chiste, chope, chuchu, chumaço, churrasco, chuteira, cochichar, comichão, concha, coqueluche, deboche, encharcar, encher, enchimento, ficha, flecha, iídiche, inchar, inchaço, mochila, salsicha, tacho…
3ª) Do uso X, do S ou do Z
a) Exemplos de palavras em que se emprega a letra X:
Exagero, exalar, exaltar, exame, exangue, exasperar, exato, exaurir, exegese, exemplo, exéquias, exequível, exibir, exigir, exíguo, exílio, exímio, existir, êxodo, exonerar, exorbitar, exorcismo, exótico, exuberante, exumar, inexaurível, inexorável, exortar…
b) Devemos usar a letra S:
1. Adjetivos com sufixo OSO (e feminino OSA): amorosa, ditosa, gloriosa,
piscoso, saboroso, famoso, apetitoso, famoso;
2. Femininos indicativos de dignidade, posição social ou profissão (ESA ou
ISA). São formados de substantivos: duquesa, marquesa, baronesa,
poetisa, profetisa, sacerdotisa;
3. Vocábulos que indicam naturalidade, procedência, título (ÊS, ESA, ESES): português, francesa, camponês, marqueses, chineses;
4. Vocábulos com TRANS- e suas variantes TRAS- e TRES-: transeunte, transação, traspassar, tresandar;
5. Depois de ditongo só se escreve com S: causa, náusea, Neusa, Sousa;
6. Verbos terminados em ISAR (derivados de palavras que já apresentam S): alisar (liso), frisar (friso), divisar (divisa), paralisar (paralisia), avisar (aviso), analisar (análise), pesquisar (pesquisa);
7. Verbos formados de vocábulos terminados em S: atrasar (atrás), bisar (bis), afreguesar (freguês), aburguesar-se (burguês);
8. Verbos em USAR: acusar, escusar;
9. As formas dos verbos PÔR (e derivados) e QUERER: pus, pôs, puser, puseram, pusesse, quis, quiseram, quiser, quisesse;
10. Geralmente, os vocábulos terminados em ÉS são grafados com S: através, invés, revés, viés.
Atenção: escrevem-se com Z: dez e fez (singular de fezes).
Exemplos de palavras em que se emprega a letra S:
Abrasador, aburguesar-se, adesão, adeusinho, agasalhar, aguarrás, aliás, Aluísio, analisar, ananás, anestesiar, anis, apesar de, arquidiocese, arrasar, ás, asa, atrás, atraso, através, baronesa, beisebol, besouro, brasa, brisa, burguês, camponês, caserna, casulo, Cataguases, consulesa, contusão, convés, cortesão, coser (costurar), despesa, empresa, evasão, freguês, frisar, fuselagem, fusível, garnisé, gás, gasolina, gasoso, Goiás, grisalho, guisado, guloseima, hesitar, ileso, invés, irrisório, jus, lisonjear, Luís, manganês, maresia, marquês, marquesa, montanhês, montês, obséquio, obus, paisano, paradisíaco, paralisar, poetisa, pôs (verbo pôr), presilha, profetisa, profusão, prosa, prosaico, pus, puser, pusera, pusesse, querosene, quesito, quis, quiser, quisesse, rasura, reclusão, represa, revés, sacerdotisa, satanás, siso, sisudo, sósia, suserano, tosar, trânsito, trás (preposição), vesícula, viés, vigésimo, visionário, visor, zás-trás…
O fonema /z/ = X ou S ou Z?
c) Devemos escrever com a letra Z
1. Verbos terminados em ZER e ZIR: fazer, conduzir, seduzir, cozer (cozinhar), traduzir, produzir;
2. Vocábulos derivados com ZADA, ZAL, ZARRÃO, ZEIRO, ZINHO, ZITO: anguzada, cafezal, homenzarrão, juazeiro, pezinho, cafezinho, cãozinho;
Observação: o diminutivo será com S se for de palavra que já apresenta S: lápis / lapisinho; chinês / chinesinho; casa / casinha; princesa / princesinha.
3. Verbos em IZAR, derivados de vocábulos que não têm S no final: amenizar (ameno); realizar (real); urbanizar (urbano); suavizar (suave); aterrizar (terra); fertilizar (fértil);
4. Verbos derivados de vocábulos que terminam em Z: cruzar (cruz); enraizar (raiz); envernizar (verniz); luzir (luz); cicatrizar (cicatriz);
5. Substantivos derivados de adjetivos: maciez (macio); avidez (ávido); sensatez (sensato); aspereza (áspero); tristeza (triste); fortaleza (forte);
pobreza (pobre);
Exemplos de palavras em que se emprega a letra Z:
Abalizado, acidez, aduzir, agonizar, agudeza, alazão, algazarra, algoz, alteza, altivez, amenizar, amizade, amortizar, anarquizar, anõezinhos, aprazível, aridez, aspereza, atroz, audaz, azedo, azia, azougue, azucrinar, baliza, burocratizar, buzina, cafuzo, cauterizar, chamariz, coalizão, coriza, cotizar (quotizar), cozer (cozinhar), cuscuz, deslizar, deslize, desprezar, destreza, eletrizar, embriaguez, espezinhar, escassez, fezes, folgazão, foz, fuzil, fuzilar, gaze, giz, gozo, granizo, guizo, indenizar, jazida, lazer, loquaz, magazine, matriz, mazela, petiz, petizada, polidez, prazeroso, preconizar, prezado, proeza, ratazana, regozijo, revezar, revezamento, rezar, rigidez, rijeza, sisudez, tenaz, tibieza, torpeza, vazante, vazar, voraz, vizinho, xadrez…
1) Escrevem-se com E:
a) O presente do subjuntivo dos verbos terminados em “-OAR” e “-UAR”:
Abençoar: abençoe, abençoes, abençoem;
Magoar: magoe, magoes, magoem;
Perdoar: perdoe, perdoes, perdoem;
Acentuar: acentue, acentues, acentuem;
Atuar: atue, atues, atuem;
Continuar: continue, continues, continuem.
b) Os substantivos e adjetivos relacionados com substantivos em “-EIA”:
Baleeiro (de baleia) – candeeiro (de candeia);
Correame (de correia) – traqueano (de traqueia);
c) Ditongos nasais (geralmente):
Cães, pães, mãe, escrivães, alemães, tu pões, ele põe, balões…
2) Escrevem-se com I:
a) A 2ª e a 3ª. pessoa do singular do presente do indicativo de verbos em “-UIR”:
Possuir: possuis, possui;
Influir: influis, influi;
Contribuir: contribuis, contribui;
b) O verbo CRIAR e vocábulos cognatos:
criança, criador, cria, criado, crie, criamos;
c) Os verbos em “-EAR” recebem um “i” nas formas rizotônicas (acento no radical):
Passear: passeio, passeias, passeia, passeiam, passeie, passeiem;
Frear: freio, freia, freie, freiem;
Recear: receio, receia, receie, receiem.
Obs.: Formas rizotônicas são as três pessoas do singular e a 3ª. pessoa do plural do presente do indicativo e do presente do subjuntivo.
d) Os verbos MEDIAR (INTERMEDIAR), ANSIAR, REMEDIAR, INCENDIAR e ODIAR (grupo de verbos que formam o vocábulo “MÁRIO”) recebem um “e” nas formas rizotônicas:
Ansiar: anseio, anseias, anseia, anseiam, asseie, asseiem;
Odiar: odeio, odeias, odeia, odeiam, odeie, odeiem;
Intermediar: intermedeio, intermedeia, intermedeiam.
Dúvidas sobre o uso do E e do I:
1) Escrevem-se com E, e não com I:
Abençoe, abotoe, acareação, acordeão, antediluviano, areento, argênteo, arrear (pôr arreios), arrepiar, averígue e averigue, baleeira, cumeeira, cardeais (pontos), cardeal, confessionário, creolina, deferir (aprovação), delação (denúncia), descortinar, descortino, desfrute, despender, desprendimento, destilação, desvencilhar, embutir, empecilho, enfezar, encarnação, entalho, entonação, espaguete, grandessíssimo, irrequieto, mexerica, paletó, paralelepípedo, parêntese, páreo, periquito, pexote, Pireneus, quepe, quesito, rédea, sanear, sequer, seringa, seringueiro, simplesmente, sortear, umedecer, várzea, veado…
2) Escrevem-se com I, e não com E:
Aborígine, açoriano, acriano, alumiar, ele argui, arriar (abaixar),
balzaquiana, beribéri, calcário, camionete, camoniano, casimira,
comtiano (de Comte), crânio, criador, crioulo, dentifrício, diferir (adiar,
divergir), digladiar, dilação (adiamento), dilapidar, dilatar (alargar),
discrição (qualidade do que é discreto), discriminar (distinguir,
diferençar), dispêndio, escárnio, frontispício, iminente (próximo),
incandescente, incorporar, inigualável, intitular, lampião, meritíssimo,
pontiagudo, privilégio, ravióli, requisito, silvícola, simplicidade, terebintina…
Dúvidas sobre o uso do O e do U:
3) Escrevem-se com O, e não com U:
aborígine, agrícola, amêndoa, atordoar, boate, bobina, bodega, boletim, boteco, botequim, bússola, cocuruto, comprimento (extensão), embolia, êmbolo, encobrir, engolir, esbaforido, esgoelar-se, focinho, goela, mocambo, mochila, moela, óbolo, orangotango, poleiro, polir, Romênia, romeno, sapoti, sortimento, sortir (abastecer), toalete, tribo, vinícola, zoada…
4) Escrevem-se com U, e não com O:
acudir, anágua, bueiro, bulir, burburinho, camundongo, chuviscar, cinquenta, cumbuca, cumprimento (saudação), curinga, curtir, cutia (animal), cutucar, elucubração, embutir, entabular, entupir, escapulir, esculhambar, fístula, íngua, jabuticaba, léu, lóbulo, lucubração, muamba, muçulmano, pérgula, pirulito, regurgitar, tábua, tabuada, tabuleta, tiziu, urticária, urtiga, úvula…
Dúvidas sobre o uso do G e do J:
1) Emprego do G:
a) Aparece nas terminações -ÁGIO, -ÉGIO, -ÍGIO, -AGEM, -IGEM, -UGEM, -EGE, -OGE, -ÓGIO, -ÚGIO:
pedágio, adágio, egrégio, frígio, linguagem, lavagem, fuligem, ferrugem, herege, paragoge, relógio, refúgio;
b) Em geral, depois de “R”:
divergir, imergir, aspergir (exceções: alforje, gorjeta, gorjeio, sarjeta).
2) Emprego do J:
a) Vocábulos derivados daqueles grafados com “J” antes de “a” e “o”: anjo/anjinho (mas angélico e angelical), canja/canjica, gorja/gorjeio, gorjeta, nojo/nojento, laranja/laranjeira;
b) Na terminação “-AJE”:
laje, traje, ultraje (mas garage, variante de garagem);
c) Nas formas dos verbos em “-JAR”:
viajar: que eles viajem; penujar: que eles penujem (viagem e penugem são substantivos).
1) Devemos escrever com G:
adágio, agiota, angina, égide, estrangeiro, falange, frigir, gêiser, gengibre, gengiva, gerânio, geringonça, hégira, impingir, megera, monge, rabugento, rigidez, tangível, tigela, vigência…
2) Devemos escrever com J:
ajeitar, alforje, bajeense, berinjela, cafajeste, canjica, gorjear, gorjeio,
gorjeta, injeção, interjeição, jeito, jeitoso, jenipapo, jerimum, jérsei, jiboia,
jiló, jirau, jiu-jítsu, laje, laranjeira, cerejeira, lisonjear, lisonjeiro,
majestade, majestoso, manjedoura, pajé, pajem, projeção, rejeitar,
rijeza, sarjeta…
Dúvidas sobre o uso do S e do X:
3) Devemos escrever com S:
destreza, destro, escavar, escoteiro, escusar, esgotar, espargir, esplêndido, esplendor, espontâneo, esquisito, estático (firme), estender (mas extenso e extensão), esterno (osso), estrangeiro, justapor, misto, mistura, teste…
4) Devemos escrever com X:
contexto, expectador (que está na expectativa), expiar (pagar, penar), expirar, explícito, explorar, êxtase, extensão, extenso, inexplicável, sexteto, textura…
Formas de representar o fonema /s/ (sê):
1ª) Escrevem-se com S:
a) Substantivos e adjetivos relacionados a verbos que têm, no final do radical do infinitivo, -CORR, -ND, -PEL, -RG, -RT:
Recorrer – recurso;
Concorrer – concurso;
Incorrer – incurso;
Distender – distensão;
Compreender – compreensão;
Ascender – ascensão;
Expelir – expulsão;
Compelir – compulsão;
Repelir – repulsão;
Emergir – emersão;
Imergir – imersão;
Aspergir – aspersão;
Verter – versão;
Inverter – inversão;
Reverter – reversão.
2ª) Escrevem-se com SS:
a) Substantivos cujos verbos cognatos têm radical terminado em –CED, -GRED, -PRIM, -MET:
Ceder – cessão;
Suceder – sucessão;
Retroceder – retrocesso;
Agredir – agressão;
Progredir – progresso;
Transgredir – transgressão;
Imprimir – impresso;
Suprimir – supressão;
Exprimir – expressão;
Intrometer – intromissão;
Prometer – promessa;
Remeter – remessa;
b) Substantivos cujos verbos cognatos terminam em –TIR:
Admitir – admissão;
Demitir – demissão;
Permitir – permissão;
Discutir – discussão;
Repercutir – repercussão.
3ª) Escrevem-se com Ç:
a) Substantivos e verbos relacionados a adjetivos e substantivos que têm –TO no final:
Isento – isenção;
Canto – canção;
Alto – alçar;
Ato – ação;
b) Substantivos cujos verbos cognatos terminarem o infinitivo em –TER:
Ater – atenção;
Reter – retenção;
Deter – detenção;
Obter – obtenção;
Manter – manutenção;
c) Vocábulos terminados em –AÇU:
Babaçu;
Iguaçu;
Paraguaçu.
4ª) Uso do C:
a) Nos vocábulos com sufixo -EC(er), indicativo de início de ação:
Empobrecer;
Enriquecer;
Amadurecer;
Amanhecer;
Entardecer;
Anoitecer;
b) Usamos o sufixo –ESC(er) nos vocábulos de formação erudita:
Arborescer;
Florescer.
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